terça-feira, 16 de março de 2010

A mente mente o mundo


Fita, chinelo, marmita, prego, fuso-horário, não entendo como cabe tudo isso aqui dentro. A cabeça é um pequeno planeta terra, onde se encaixam todas as coisas do mundo, de maneira abstrata, um sistema que transforma toneladas em imperceptíveis gramas transportadas de lá pra cá, com a ajuda de um suporte que nem sempre evita a órbita desse “mundinho". Pescoço. Palavra grossa, firme, apesar de nem sempre ser, que dá até uma sustentação ao argumento, mas as vezes não suporta um peso oculto, que costumamos tratar por consciência.

É deve ser realmente bom ter um universo não público, o poder de manter privadas as formas abstratas do mundo, talvez fosse essa a única propriedade privada destinada á alguns infortúnios, ou seria melhor dizer esquecidos? Não se deve atribuir à sorte o que é de cunho social. Vamos anti-comunistas, o que seriam das ideias se elas fossem mantidas como propriedades exclusivas? O valor delas está em sua socialização, e é a partir disso que podemos de fato socializar o mundo. Como seria bom se o mundo tivesse porta assim como a cabeça tem olhos, ouvidos, boca, fluxo de entrada e saída de tantas banalidades, necessidades ou utilidades.

A palavra é a materialização desses mundos individuais, é o limiar entre o pensamento e a ação, é condutora de energia, sentimento, é o impulso à iniciativa. Vai além, é o que nos uni como racionais e o que nos diferencia quanto humanos, uma espécie de vibração do universo. Possuidoras de significados comuns e pessoais, o que envolve mais uma vez objetos preciosos da pequena caixinha possuidora de cosmos, da qual somos dotados.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Ops,


Agora é hora de segurar as pontas, que o carrinho vai descer. Mas é na queda que ele ganha impulso pra subir de novo.

segunda-feira, 8 de março de 2010

As águas e os ventos de março.


Acaba o verão, final da euforia. Março é tempo de chuva pra acalmar essa ebulição, chuva lavando e levando, chuvendo por dentro e por fora. Tem cara de início, mas é final, hora da colheita. É o outono te oferecendo seus próprios frutos, coloridos e suculentos ou podres e amassados. Hora da mansidão, afinal estar em março é como estar em casa. Como deitar na cama quente pra pensar sobre todas as ocorrências dos últimos tempos, sobre escolhas. Aí de repente no rádio toca"aonde Deus possa me ouvir de Vander Lee" e parece uma interação(sou incansável na mistificação das coisas naturais).

A realidade grita meu nome, mas eu insisto em ficar dentro do meu momento, por que é março e é meu. E a sensação do momento é: se eu não tiver todos as pessoas, eu estou sozinha. Lê-se "todas as pessoas" os de dentro de mim. E eu sou larga por dentro, em mim cabem multidões... Isso é bom e é ruim. Mesmo que o coração mecanicamente esteja em perfeito funcionamento, graças a minha capacidade de acreditar no invisível e obter respostas palpáveis e reais, ele precisa de uma manutenção constante, porque funciona demais... chega. Vou fazer jus a estação e seu equilíbrio onde os dias e as noites são iguais, assim é março, é o outono e é a vida: os dias e as noites tem a mesma duração.