quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O futuro a mim pertence


O que escolher? Eu sempre fui tantas coisas e nada. Eu nunca tive talento o suficiente pra ser uma única coisa, daí eu compensava esse fato tentando ser várias. Assim eu não tinha tempo o bastante pra me dedicar a uma só e distribuindo pedacinhos de mim, acabava que eu não precisava ser cobrada por nenhuma delas, afinal, nada ali era a minha vida, era o que eu queria ser. Ou era? Eu queria ser tudo, eu queria ter no gatilho várias balas doces, metralhar todas as direções que me apontassem horizontes viáveis (na verdade sempre escolhi os horizontes menos viáveis).

O que sempre influenciou todas as minhas escolhas, que foram muitas e todas elas até o presente momento não deram em nada, era o que me enchia os olhos, hoje eu sei que tudo que me enche os olhos não me enche o bolso. Fato. Talvez não tenham nem sido as minhas escolhas, mas a falta de talento pra elas. Falando menos de futuro e mais de presente, na minha última crise profissio-existencial eu parei e pensei "Que raios de rumo é esse que eu seguindo?!". Daí eu fui pensar em como eu gostaria de estar agora:
"eu podia ter feito teatro, eu brincava de interpretar tão bem e essa brincadeira me fazia tão feliz...Ou ainda mais, eu podia ter feito letras, podia estar a caminho de escrever o meu" bestseller", eu seria a escritora anônima mais realizada desse mundo. Eu podia ser professora de literatura, falar de Clarice Lispector e Cecília Meireles com a mesma intimidade que Rita Rafael me falava. "

De qualquer forma minha escolha atual foi uma tentativa de aglutinar todas as minhas alternativas anteriores, tudo que me tocava os sentidos: palavra, som e imagem. Televisão. Que rima com idealização, que rima com manipulação, que rima com decepção, que rima com paixão, que rima com contradição. É um fascínio decepcionante o que eu tenho, que não me deixa pensar racionalmente, livre de todo deslumbre que a palavra me causa.

Acho que essas linhas estão me deixando mais tonta do que fico quando penso na palavra que mais me dá medo na vida, futuro. É fácil acreditar na máxima "o futuro a Deus pertence" mas é cômodo demais pra mim. Acho que a resposta á isso vem quando o próprio Deus me mostra mil caminhos e deixa a escolha por minha conta. É pra isso que serve o livre arbítrio, é pra isso que serve a capacidade de pensar, que diga-se de passagem me atrapalha mais do que ajuda, já que eu penso mais do que deveria. Acho que eu posso escolher quem eu serei, mas enquanto isso não acontece, eu quero só poder olhar pra frente e me enxergar feliz, ao lado das pessoas que amo. Esse é o clichê mais confortante quando se trata do desconhecido. E deixa que quando eu crescer...(detalhe, já cresci) eu serei algo, espero.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Só restam os ais!


Ai carnaval, se eu não soubesse que te teria todos os anos, não te deixaria passar por mim. Passa bonito deixando em mim um orgulho besta, uma pernambucanidade que só quem nasce aqui e escuta Alceu Valença no marco zero é capaz de entender. Pode me chamar de provinciana, territorialista, ufanista... qualquer dessas denominações não diminuem a efusividade que o Carnaval me causa, nada que eu já não sentia antes, é só que o Carnaval faz ferver a água morna guardada durante todo o ano.

Existe nome mais apropriado pra o último dia de Carnaval? Depois de todo o queimor da única época do ano em que é aplaudido ser de carne e osso, só restam mesmo as cinzas. Cinzas e saudade. Saudade que eu tenho de ver gente junta, cantando com força sua identidade, seu ritmo, sua cultura, que por falar nisso é a única coisa capaz de lembrar ás pessoas, de que elas não são tão diferentes quanto imaginam. Eu gosto dessa euforia que unifica, que faz gente ser somente gente e nem um título a mais.

Em Fevereiro meu coração é tambor pulsante, tem cor de sombrinha de frevo e é do tamanho do homem da meia noite. Em Fevereiro eu sou de Olinda, de Recife, eu me vejo na música, na dança, me vejo em todo mundo que cruza as ladeiras cantando alto e dando continuidade a minha tradição. É Carnaval, é frevo, é Pernambuco, é cultura entrando por todos os poros, é gente, é tudo meu.

Ai que orgulho.


domingo, 1 de fevereiro de 2009

O segredo da beleza


Para ter lábios atraentes, diga palavras doces; para ter olhos belos, procure ver o lado bom das pessoas; para ter um corpo esguio, divida sua comida com os famintos; para ter cabelos bonitos, deixe uma criança passar seus dedos por eles pelo menos uma vez por dia; para ter boa postura, caminhe com a certeza de que nunca andará sozinho; pessoas, muito mais que coisas, devem ser restauradas, revividas, resgatadas e redimidas;lembre-se que, se alguma vez precisar de uma mão amiga, você a encontrará no final do seu braço. Ao ficarmos mais velhos, descobrimos porque temos duas mãos, uma para ajudar a nós mesmos, a outra para ajudar o próximo; a beleza de uma mulher não está nas roupas que ela veste, nem no corpo que ela carrega, ou na forma como penteia o cabelo. A beleza de uma mulher deve ser vista nos seus olhos, porque esta é a porta para seu coração, o lugar onde o amor reside.

(Audrey Hepburn)