quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Só restam os ais!


Ai carnaval, se eu não soubesse que te teria todos os anos, não te deixaria passar por mim. Passa bonito deixando em mim um orgulho besta, uma pernambucanidade que só quem nasce aqui e escuta Alceu Valença no marco zero é capaz de entender. Pode me chamar de provinciana, territorialista, ufanista... qualquer dessas denominações não diminuem a efusividade que o Carnaval me causa, nada que eu já não sentia antes, é só que o Carnaval faz ferver a água morna guardada durante todo o ano.

Existe nome mais apropriado pra o último dia de Carnaval? Depois de todo o queimor da única época do ano em que é aplaudido ser de carne e osso, só restam mesmo as cinzas. Cinzas e saudade. Saudade que eu tenho de ver gente junta, cantando com força sua identidade, seu ritmo, sua cultura, que por falar nisso é a única coisa capaz de lembrar ás pessoas, de que elas não são tão diferentes quanto imaginam. Eu gosto dessa euforia que unifica, que faz gente ser somente gente e nem um título a mais.

Em Fevereiro meu coração é tambor pulsante, tem cor de sombrinha de frevo e é do tamanho do homem da meia noite. Em Fevereiro eu sou de Olinda, de Recife, eu me vejo na música, na dança, me vejo em todo mundo que cruza as ladeiras cantando alto e dando continuidade a minha tradição. É Carnaval, é frevo, é Pernambuco, é cultura entrando por todos os poros, é gente, é tudo meu.

Ai que orgulho.


Um comentário:

SERC disse...

Salve Pernambuco!