Eu não abro mão de sonhar, nem de executar, até porque pensamento sem ação é energia morta. Todo mundo tem algum ou alguns momentos de energia morta porque viver...é difícil. Viver nesse mundo é delicado, falta tanto ideal, falta tanta compaixão, falta tanta humildade, gentileza, enquanto sobra tanto lixo. Por dentro, por fora, lixo. As vezes eu me vejo sendo consumida cada dia um pouquinho mais, por esse mundo fedorento. Aí eu tento, tento, tento desesperadamente me salvar, mas eu nado, nado, nado e me afogo na lama. As mãos que me levantam, são aquelas que me lembram através do exemplo, o que eu quero ser, o que eu devo ser. Devo ser... tão fácil ser desviada de tudo, das metas, dos sonhos, dos ideais, do certo.
Cada dia eu tenho mais certeza de que meu mundo não é esse, assim como tenho mais certeza que me corrompo e pertenço a ele. O que é mais difícil que lutar contra si mesma? Todas as pressões externas e internas causam uma erupção sem sentido, fortemente sentida. Muito delicado ser delicado. Trocadilhos tolos. Enquanto isso a vida vai passando pela gente e a gente nem viu, porque tava na eterna e incessante busca por algo que nunca vai saciar, porque ambição é uma progressão geométrica. E são sempre tantas necessidades não é? A felicidade vai dependendo de mais coisas e ficando sempre distante, porque o que se pode palpar, não completa, o que se pode ter não satisfaz, porque a gente merece mais, sempre merece, não sei porquê... Uma hora, inevitavelmente o sentido das coisas é revelado e a gente conhece o outro lado de tudo o que era convicção e verdade inabalável. Tenho medo e tenho ânsia.