segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Para o amor.


Eu sei. E porque sei que a brevidade da vida nada mais é do que uma passagem, um ensaio para a verdadeira vida, a do espírito, que estou firme pela fé, pela certeza de que nada acabou, pela certeza de que o que começa agora, são os planos gloriosos e maiores de Deus. Qualquer separação material é uma amputação de um pedacinho que te construiu, mesmo que temporaria.. é preciso compreensão para entender os desígnios do mestre. Eu sei, compreendo, mas eu sinto. Eu sinto uma dorzinha latente, conformada, mas aguda. Acho que é a dorzinha de amar sem egoísmo. Por que Jesus atendeu as nossas preces e não deixou que o sofrimento se fizesse presente, pra uma anjinha da guarda que ele mandou pra zelar pela vida de tanta gente. Esse texto ia ser bem doído, desses que você escreve porque não digeriu, mas a bondade de Deus é tão imensa, que nesse momento ele me ampara com seus dois braços e me diz: filha, eu estou aqui. Eu posso sentir Deus, porque eu sinto toda a força que ele me dá, logo eu que sou tão sensível. Nunca me doeu tanto entrar naquela cidade, nunca me doeu tanto olhar aquelas casinhas. Cada metro que se passava diante da minha vista era um nó que dava no meu coração, afinal, que sentido tem aquilo tudo, sem o amor? Lá em João Alfredo sempre morou o amor pra mim. Era pra lá que ia quando queria encontra-lo, era só lá que eu me sentia perto de mim. E esse amor, eu sei que posso encontra-lo no meu coração, mas me dói tudinho naquela cidade, que não me deixa esquecer nunca o que eu sou, o que eu devo ser e o que nunca posso perder. A maior lição que o amor me deu, o amor em forma de gente, foi sobre felicidade e simplicidade. Que lindo, é tão lindo que aperta o peito, mas acalma logo em seguida. A lição do sorriso, da tranquilidade, da solidariedade, da força e da resignação. Minha vovó, que tanto colo, amor e moedas me deu, me deixou o maior legado que poderia ter me deixado: o seu exemplo. Deuzinho, guarda ela na melhor das tuas moradas, que ela agora interceda por nós em oração, como sempre intercedeu. Com um coração bem leve e tranquilo, invadido pela emoção da saudade, eu despejo aqui esse texto que seja levado como uma prece, para o amor em forma de velhinha, vovó Iracema.